segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Eu...e o Achigã!

Ora Viva a todos os leitores!


Bem, eu sei que o Titulo do Blogue é "Pargómania" (Nome que advém de Pargo- peixe ósseo, de nome científico Pagrus pagrus, que pertence à família dos esparídeos), mas eu não resisto a escrever uma entrada sobre um Peixe fascinante que é o Achigã.



A biologia do Achigã:


O achigã é um peixe de água doce, da família dos Centrárquideos cujo nome cientifico é Micropterus Salmoides.


Micropterus significa barbatana pequena em referência à primeira porção da barbatana dorsal. Salmoides, porque a sua aparência e comportamento possuem características idênticas a outros salmonídeos que são a truta e salmão.


Habita desde lagos com vegetação abundante, rios e grandes barragens até pequenas massas de água e zonas pantanosas. Prefere águas límpidas e com pouca corrente, vegetação e margens suaves. Em situações de escassez de alimento, o canibalismo é frequente.


Como Peixe de "Sangue Frio", o achigã vê o seu metabolismo condicionado, perante a temperatura da água, não se alimentando durante a postura, bem como, em temperaturas inferiores a 5º C ou superiores a 37º C.


É presa frequente de corvos marinhos, garças e outras aves aquáticas. Referenciado como excelente fonte alimentar, embora a poluição de algumas massas de água interiores tenda a desaconselhar o seu consumo.
Este Predador, vive nas águas continentais, desde meado do século passado.


Antes de começar a falar da pesca propriamente dita, tenho de falar numa questão fundamental e num dos aspectos que torna esta pesca ainda mais apaixonante, que é a questão da Pesca Sem Morte.


Um dos aspectos mais importantes da Pesca do Achigã moderna é o da sustentabilidade dos recursos. A formação de novos pescadores com as modernas técnicas de pesca ao achigã deve ser obrigatoriamente acompanhada com uma modificação das atitudes de "Rapa-Tudo", para uma atitude de sustentabilidade.
Com a taxa de praticantes desta actividade a crescer, já não é possível continuar a trazer tudo o que se captura para casa, pelo que a implementação de uma atitude saudável de Pescar e Libertar deve ser transmitida aos amigos e principalmente aos descendentes destes.
Os grandes exemplares reprodutores, proprietários do património genético e das características desejáveis do conjunto de achigãs em cada barragem não devem ser eliminados. A máquina fotográfica passa a ser uma componente indispensável no nosso equipamento, permitindo, mais tarde, recordar com satisfação aquele belo exemplar que tivemos a satisfação de capturar, fotografar e libertar e que numa próxima jornada de pesca poderemos, talvez, reencontrar o mesmo exemplar (e libertar novamente, claro!!). Aqui fica um exemplo:











O Achigã e a sua Pesca:
Quanto á sua Pesca, Vou dar só umas dicas, pois se fosse aprofundar este assunto, escreveria um livro e não uma entrada neste blogue (brincadeira, claro).


Ora, entre esta Pesca e os outros tipos de Pesca de água doce, existe uma diferença crucial, que é o facto de, em vez de ser o peixe a vir ter connosco, (Como é o exemplo da Pesca á carpa, através de engodos, entre outras técnicas) somos nós a procurá-lo.


O Achigã, como predador, tem os seus "spots" estratégicamente localizados de maneira a que possa capturar as suas presas mais facilmente e com o menor esforço possivel, gastando assim menos energia. Este serve-se geralmente de estruturas rochosas, árvores submersas, estruturas artificiais, e outro tipo de estruturas para surpreender as suas presas.



Este tipo de Pesca divide-se essencialmente, em três ramos:
-Pesca de Barco




Barco equipado geralmente com motor de propulsão (Para a deslocação até aos Pesqueiros), Motor Eléctrico (para deslocação silenciosa no pesqueiro para não assustar o peixe) viveiro, duas cadeiras de pesca, caneiro interior, etc....



-Pesca de Pato




Bóia Insuflável com encosto, que geralmente é movida a barbatanas, mas por excepção, há quem use motor eléctrico ou até remos.





-Pesca de Margem.

O tipo de pesca mais usual, percorrendo os pesqueiros, pela margem das massas de água a pé.



Bem, Antes de Começar a falar da pesca com artificiais, gostava de dar "uma palavrinha" sobre a pesca com Isco Vivo.

Para além da pesca ao Achigã com isco vivo(Lagostim, Verdemã, pardelha, etc..), já ser proibida em quase todo o continente, ainda há quem persista em fazê-la. Principalmente, os Rapas (Pescadores que, capturando peixes sem medida mínima legal e "varrendo" tudo por onde passam, dizimam "universos" de peixes, tornando-se assim um dos maiores predadores e obstáculos ao crescimento das populações do Achigã! )
O isco vivo nesta pesca, serve para quem não tem capacidade, de enfrentar a inteligência do achigã, com a sua própria criatividade, usando iscos naturais, não dando assim, qualquer trabalho enganar um exemplar desta espécie.

Pronto, foi só um desabafo.


Pesca com isco Artificial:

(Fica para amanhã, porque tenho aulas cedo!)
(Voltei!!)

Ora, a pesca com isco artificial, consiste basicamente, em tentar enganar o peixe com imitações das suas presas comuns, com que se costumam alimentar.

Temos como exemplos, imitações de peixes pequenos (ciprinídeos de pequeno porte, perca-sol, alburno), lagostins, salamandras, cobras, crias de achigã e até aves de pequeno porte.


Materiais e técnicas:

Em termos de conjuntos cana/carreto, existem dois tipos, de spinning e de Casting. Para cada tipo de técnica um dos tipos será sempre mais aconselhável.


O comprimento das canas varia entre o 1,70m e os 2,30 m, mas o comprimento médio habitual situa-se entre 1,80m e os 2 m. As canas inteiriças de carbono são as mais utilizadas embora as canas com mistura de fibra de vidro tenham as suas aplicações (crankbaits, spinnerbaits).


Os conjuntos de Spinning são os mais usuais entre os pescadores do nosso País. São conjuntos mais fáceis de manusear e geralmente são mais universais, ou seja, servem para muitos tipos de técnicas.




Já os conjuntos de Casting, são algo diferentes, dos conjuntos normais. A principal diferença é que o carreto (de tambor móvel) e os passadores da cana ficam virados para a parte superior desta.




Fios:

Os Fios que uso normalmente os FloroClear da marca P-Line. Uma linha com qualidades mistas muito boas e uma suavidade de utilização excelente. Quanto ao diâmetro da linha uso de 8 a 12 libras.





Iscos Artificiais ou Amostras:

O mundo dos iscos artificiais é muito Vasto e por si só, merecia, uma entrada neste blogue, (quem sabe lá mais para a frente...) por isso vou só dar umas dicas.

A maioria das amostras são de Plástico duro ou plástico mole (também conhecido por vinil) , existindo ainda amostras de outros materiais, como as spinnerbaits.


Plástico Duro:




-De Superficie

Estas amostras são animadas aos "sacões" á Superfície da água, tentando emitar uma presa em apuros. Como por exemplo, gafanhotos e outro tipo de insectos, aves pequenas, cobras, rãs, entre outros. Como exeplos, temos as Poppers ou beijoqueiras, Passeantes, buzzbaits, de hélices...! Para mim uma das técnicas de Pesca mais espectaculares, isto porque, é uma pesca muito "visual" e geralmente que se assiste ao ataque do peixe á amostra

-Meio Fundo e Fundo:



Jerkbaits- Amostra de Meio Fundo; Simulam um peixe em dificuldades;




Crankbaits-Amostra de meio fundo ou Fundo, dependendo do tamanho da Paleta desta;






Spinnerbaits-Amostra de meio fundo; imitam um cardume de peixes de pequeno porte;





Amostras de Plástico mole ou Viníl:

O mundo dos iscos artificiais para o achigã, está em evolução constante, principalmente o mundo das amostras de viníl. Existem amostras de viníl muito variadas, quer no design, quer nas cor, quer nos cheiros.



Aqui ficam alguns exemplos:














Estas amostras podem ser empatadas de várias maneiras. A maneira mais usual é o empate Texas.
Lagostim empatado á Texas com chumbo bala normal a deslizar na linha:











Drop-shot:






Empate carolina:

O estralho deste tipo de empate tem normalmente entre 60 cm a 90 cm, ficando o chumbo no principio deste.
E Pronto, já falei dos pontos essenciais do Achigã da sua Biologia e da sua Pesca .
Fico por aqui.
Um Grande Abraço,
Daniel Rodrigues

3 comentários:

Ernesto Lima disse...

Viva Daniel!

Excelente artigo!

Sou sincero! Não "pesco" nada de águas interiores, mas se um dia resolver andar por aí, já sei por onde começo a informar-me!

Abraço!

Ernesto

João Silva disse...

A cerca de libertar achiga........... não acho bem libertar todos... os adultos comem os pequenos e podem comer quase todos e os velhos morrem e nao ha suficientes para os substituir. Por mim eles desapareciam porque dizimaram e dizimam espécies nativas.

Macedo disse...

Oi! Excelente artigo , com boas dicas para quem tà a começar este desporto como eu , obrigado

Um Abraço

Rui Ferreira